Tuesday, October 10, 2006

Amor

Você é sempre, é tão, é incrivelmente distante.
Quando eu penso em te alcançar, você me foge.
Quando eu penso em te ter, você me some.
Quando eu penso em te prender, você escapa da minha mão.
Você é arredio, chega, fica, magoa (muito) e depois...
Você é ligeiro no bote, e vive na espreita,
esperando um pato qualquer pra te acreditar.
Você vem, nunca se cansa de vir, de ir embora.
Você está sempre à espera do ser errante,
sempre cada vez mais perto, nunca longe.
Você é o animal faminto, o que sempre come.
Você é o ser louco, você é o ser são.
Você respeita, quando não, você desrespeita.
Quando te espero, quando te quero amar,
você me goza, me machuca e afinal, agora...
Você me voltou, não sei mais qual a vez.
Não sei nunca se te conheço ou se penso isso,
penso que te conheço, que te manjo, te entendo.
Mas não é nada disso, você é desconhecido
pra mim, quanto mais te tenho, mais falta me faz.
Quando não te tenho, te quero cada vez mais.
E quando você me volta, me rói por dentro.
Não te quero e você entra em mim, como agora.
Não te espero e de repente você chega, como hoje.
Não te conheço, realmente é essa a verdade.
Pendo saber muito sobre você e nada sei.
Mas ao mesmo tempo não consigo viver sem você.
Na verdade, você faz parte do meu ser.
Você é como uma parte do meu corpo,
e vai me consumindo aos poucos...
E sempre, e tanto, e de tal forma,
que me prendo, mesmo não querendo,
me faz sofrer, mesmo não sofrendo,
e me faz amar, mesmo eu desconhecendo
como você é por inteiro.

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