Thursday, March 16, 2006

Absurdo

Absurdo é nós pensarmos que no mundo de hoje não pode existir paz.

Absurdo é escondermos a nossa paz interior com medo de estarmos errados se acaso a demonstrarmos.

Absurdo é pensar que o amor é uma coisa que não podemos assumir.

Tanto podemos como devemos assumir porque se todo mundo assumisse o amor que tem, não teríamos tantos conflitos interiores.

Absurdo é pensarmos que num mundo onde existe tanto ódio, tanta guerra, tanta miséria, tanta fome, não exista lugar para uma palavra de carinho, consolo, que não exista lugar para um gesto espontâneo de amizade, para um maior afeto mútuo.

Absurdo é nos metermos em nossas cascas e fingirmos que não temos tempo para um aperto de mãos, para um dar e receber recíproco.

Absurdo é sentirmos vergonha de estender as nossas mãos para os nossos semelhantes.

Absurdo é viver na maior paz espiritual sabendo que talvez um pouco de nossa vida interior, de nossos pensamentos, de nossos sentimentos, possa ajudar muitas outras pessoas.

Absurdo é escondermos nossas angústias, nossas fossas, nossos problemas, com medo de outras pessoas não os entenderem.

Absurdo é saber que existem pessoas que podem nos ajudar mas que temos medo de procurar.

Absurdo é o medo, o ódio, o desamor.

Absurdos somos eu, você e todas as pessoas que se escondem com medo de viver, com medo de SER.

1976

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